O que une uma escola cívico-militar do Amazonas, um instituto federal de educação do Rio de Janeiro, um colégio militar de São Paulo, uma escola municipal da Paraíba, um colégio da Polícia Militar de Belo Horizonte, uma escola estadual de Santa Catarina e um colégio particular do Pará? Esta diversidade de instituições de ensino está representando o Brasil na Olimpíada Internacional de Matemática da Ásia, em Tóquio, de 02 a 06 de agosto. São 208 alunos de 26 escolas espalhadas por oito Estados.
Para o diretor da Rede POC, Ozimar Pereira, que organiza a competição, a participação de escolas tão diferentes é uma prova que a educação é uma área livre de pensamento. “O que é importante para a Rede POC é oferecer esta oportunidade para as escolas brasileiras de vivenciar uma experiência internacional pedagógica, científica e cultural; o importante é o aluno ter a oportunidade de aprender e pensar no seu futuro”, diz.
Pereira destaca que muita coisa mudou nos últimos 25 anos, desde que ele começou a atuar nesta área de intercâmbio internacional de educação. “A mentalidade das escolas mudou muito e vem despertando maior interesse das famílias. Apesar de ainda não termos boa notas nos exames internacionais, nestas competições os estudantes brasileiros estão melhorando e obtendo bons resultados”, revela.
Nesta edicão da AIMO, estão participando dois institutos federais de ensino, seis escolas estaduais, cinco municipais, dois colégios da Polícia Militar, uma escola cívico-militar, nove escolas particulares e um colégio militar.
Para o presidente da Associação de Pais e Mestres do Colégio Militar de São Paulo, Anderson Fagundes, que acompanha os alunos no Japão, a olimpíada é fundamental para a formação dos alunos. “A associação dá inclusive suporte financeiro para algumas famílias que não tem condições, porque entendemos que esta olimpíada acadêmica no Japão é muito importante para o futuro dos alunos”, afirma.
Do Colégio Estadual Marechal Zenóbio da Costa, em Nilópolis, na Baixada Fluminense, foram selecionados nove alunos. Para a diretora-geral da unidade, Elaine Cândido, a participação dos estudantes é a prova de que o ensino público tem qualidade sim. “Levar mais um grupo de estudantes para fora do país representa muito mais do que uma viagem, é a confirmação de que a educação pública, quando feita com seriedade e compromisso, transforma vidas”, afirma a diretora. Esta é a terceira vez consecutiva que os alunos representam o estado em uma olimpíada internacional.
A rede estadual do Amazonas está representada por 19 alunos. O professor coordenador da disciplina de Matemática no Centro Educacional de Tempo Integral Marcantonio Vilaça 2 da Polícia Militar, Wellington Morais, destaca que os alunos vão competir de igual para igual. “Nosso treinamento tem sido intenso para que nós possamos competir com os asiáticos, trazer medalhas, que é o nosso objetivo e representar bem o Brasil”, diz,
Da Paraíba, sete alunos da rede municipal de Campina Grande embarcaram para o Japão. Segundo a gerente de Projetos da Secretaria de Educação, Fabíola Gaudêncio, “as crianças estão muito preparadas, com foco total na olimpíada, e têm praticado o inglês o tempo inteiro, demonstrando o impacto das nossas escolas bilíngues. As expectativas são muito positivas diante do esforço e dedicação demonstrados durante toda a preparação”, declarou.
Aluno do Instituto Federal do Amapá (Ifap), Marcos Paulo Félix Monteiro, de 18 anos, será o único representante do Estado do Norte. Ele já conquistou uma medalha de bronze na AIMO de 2024, na Coreia do Sul. “Para esse ano estou com a expectativa muito alta, tanto pelo resultado na edição anterior, mas principalmente porque venho me esforçando. Foi um ano a mais de aprendizado e oportunidades, então estou com a expectativa bem alta de trazer essa medalha para a gente”, disse Marcos ao G1 do Amapá.
A rede municipal de ensino de Criciúma será representada por nove alunos de 13 e 14 anos. A secretária de Educação de Criciúma, Geovana Benedet Zanette, que acompanha os alunos, afirma que “a participação na AIMO 2025 representa uma importante ação de valorização do talento estudantil, fortalecimento do currículo das escolas públicas e consolidação de Criciúma como referência em educação matemática”.
A Rede POC é uma instituição privada de intercâmbio científico juvenil cuja missão é promover a excelência na Educação através do estímulo ao interesse pela Ciência, Matemática, Tecnologia e Inovação. É responsável pela Secretaria Regional da AIMO no Brasil desde 2017. Além da AIMO, a Rede POC organiza a Olimpíada Internacional Matemática Sem Fronteiras, a Feira Latinoamericana de Ciências e Tecnologia e a ITMC (International Talent Mathematics Contest)