Escola pública de Nova Santa Rita é contemplada com projeto de robótica
Matéria publicada pela ExtraClasse em 19/06/2023
As oficinas semanais semana de robótica educacional são feitas com 100 estudantes do fundamental e é financiado por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura e patrocínio da Braskem
O Aprendizes – Digital está sendo realizado no Rio Grande do Sul pela primeira vez e contempla os estudantes da Escola Municipal de Ensino Fundamental Santa Rita de Cássia, localizada em Nova Santa Rita (RS), é a primeira escola do Rio Grande do Sul a participar do Aprendizes Digital, projeto que leva oficinas semanais de robótica educacional para alunos de escolas públicas em vários cantos do país e que também prevê a realização de oficinas de formação para o corpo docente das instituições contempladas.
“A comunidade escolar recebeu o projeto com muito entusiasmo e de forma positiva. As aulas de robótica aguçaram a criatividade, o raciocínio lógico, trabalho em equipe dentre outras habilidades. De forma resumida, as crianças estão encantadas com as aulas e sempre participam com muito entusiasmo”, sintetizou a diretora da Escola, Cíntia Branco.
Os encontros realizados nas terças-feiras atendem 100 alunos de 3º, 4º e 5º ano fundamental, que reconhecem um espaço de criação e descoberta. “A geração atual nasceu conectada. Quando levamos à sala de aula problemas para os alunos resolverem através da robótica, eles se sentem mobilizados e pensam fora da caixa”, conta Thiago Costa, coordenador da Robomind, empresa de robótica educacional e responsável pelas oficinas oferecidas pelo projeto.
O Aprendizes Digital está em sua terceira edição e é promovido pela Muda Cultural, agência especializada em gestão de patrocínio e realização de projetos culturais financiados por leis de incentivo. Dessa forma, o projeto é incentivado por empresas privadas, que se mostram cada vez mais interessadas em fomentar ações que introduzem a tecnologia, através da arte e da cultura, no currículo escolar das escolas públicas. As organizações percebem que, além de um benefício para a sociedade, a formação tecnológica de jovens é um benefício para o próprio mercado de trabalho.
“Houve um ano em que uma das empresas patrocinadoras do projeto selecionou, a partir de um processo seletivo, dois alunos do ensino médio que haviam terminado o curso do Aprendizes Digital para duas vagas de Jovem Aprendiz na empresa”, conta Thiago. Ele explica que o intuito do projeto é dar aos alunos o acesso a ferramentas que provocam o desenvolvimento das suas habilidades, tanto em sala de aula como futuramente, na vida profissional.
Foto: Ricardo Ara/Muda Cultural
Letramento digital
Ítalo Azevedo, diretor da Muda Cultural, explicou ao Extra Classe que a ideia do projeto Aprendizes – Digital surgiu a partir de uma análise inicial de que o letramento digital não era prioridade nas escolas públicas. Pelo fato de haver essa defasagem, a iniciativa buscava oferecer soluções lúdicas para que jovens pudessem iniciar seus estudos em programação e robótica – combinados com as artes visuais – de forma interativa, atraente e dinâmica.
“O projeto é financiado por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura e conta com o patrocínio da Braskem”, explica.
Ítalo pondera que no sistema privado de ensino, cursos de robótica no contraturno escolar ou mesmo na grade regular são comuns. Entretanto, o sistema público acaba tendo mais dificuldade para oferecer tais atividades por conta da falta de formação do corpo docente das instituições, além de haver uma carência de termos de materiais didáticos e equipamentos.
“O grande diferencial do projeto Aprendizes Digital é o fato de que conseguimos levar para as escolas atendidas toda a estrutura necessária, ou seja, fazemos a doação dos livros didáticos, dos tablets e também dos kits de robótica da Lego, que são a base para a montagem dos robôs. Ofereceremos aulas semanais aos alunos e também fazemos formações mensais com os professores da instituição atendida, o que possibilita que o corpo docente também leve as atividade de robótica para as suas respectivas disciplinas”, contextualiza.
Foto: Ricardo Ara/Muda Cultural
Robótica no campo
Segundo Azevedo, não basta a iniciativa de levar o projeto para determinada localidade se não houver uma boa vontade do poder público local. “Tanto a direção da escola, na figura da Cíntia (Branco), quanto a prefeitura sempre foram entusiastas do projeto e prontamente toparam receber a iniciativa.
“E, apesar da escola estar na área rural, a estrutura da instituição é muito bacana, já que eles possuem um laborário de robótica e todas as salas têm um dispositivo eletrônico onde é possível “transmitir” as aulas, o que facilita o ensino dos comandos de programação. E a escola foi escolhida por ser uma escola-modelo da cidade, então fazia todo sentido oferecer tais atividades à instituição”, define.
“Nossa escola atende crianças da área rural e urbana e as crianças de hoje, de toda parte, já estão habituadas a interagir com a tecnologia”, completa Cíntia.
A diretora explica que a escola também tem uma sala maker – espaço multitarefa em que os estudantes podem exercitar criações, experimentações e compartilhamento de descobertas – , e que a EMEF Santa Rita de Cássia foi a primeira escola pública do RS a ter esse equipamento. “Nesse espaço todos os nossos alunos são atendidos semanalmente”.
“A pouco tivemos a avaliação em rede, a nível municipal. Já é possível perceber os avanços na aprendizagem das crianças. Sendo assim, posso dizer que bons projetos aliados ao excelente trabalho das professoras é uma receita de sucesso garantido na vida escolar dos alunos”, exalta a diretora.
Sobre a Muda Cultural
A Muda Cultural é uma agência especializada na criação de estratégias, gestão de patrocínios e realização de projetos culturais financiados por leis de incentivo. Há mais de dez anos no mercado cultural, a empresa tem como missão qualificar a experiência de vida das pessoas e expandir suas potencialidades ao promover contatos de diferentes comunidades com a arte e a cultura. Sob esse propósito, a Muda conecta marcas a seus públicos de interesse, seja na gestão de investimentos sociais privados ou na concepção e desenvolvimento de projetos. Com uma extensa rede de colaboradores e parceiros, a agência navega entre os universos artístico, de produção e de gestão cultural, o que engloba concepção, curadoria artística, produção de conteúdo, planejamento e execução de iniciativas culturais.