Nelsita Ferraz de Campos Trimer, egressa da Escola de Comunicações e Artes (ECA) e ex-funcionária da USP
Todos têm um projeto profissional, mas eu tinha um sonho: quando fiz o curso de biblioteconomia, estagiei no Instituto de Química da USP; entrei meio que insegura e meio que deslumbrada por ter essa oportunidade, e terminei meu estágio totalmente encantada. A partir daí, meu objetivo era trabalhar na USP, apesar de começado minha carreira na Fundação Getúlio Vargas enquanto aguardava o tão sonhado concurso.
Passei em 52° lugar e esse foi um dos dias mais felizes da minha vida. Por aí fiquei por 37 anos.
Em 15 anos de Escola Politécnica e 22 no Instituto de Biociências, realizei todos os meus sonhos, fiz muitos amigos e sou grata por cada dia que por aí passei. Tudo foi fácil? Não, não foi, mas nada é. Só gravei o que foi bom, o que me tornou mais criativa com os recursos disponíveis., o que me fez crescer como pessoa.
Voltando ao título, que foi escrito pelo poeta cubano José Marti, ao entrar na USP. tinha uma filha de um ano, a Thaís, depois nasceram mais três meninas, a Rachel, a Sheila e a Lia. Já no Instituto de Biociências, tive a honra de participar de uma cerimônia de plantio de araucárias, e a alegria de ter sido convidada a plantar uma das mudas.
Para completar os itens do poeta cubano, fiz projetos para restauração de obras raras e especiais; esse trabalho se estendeu por 15 anos e resultou numa linda sala, especialmente mobiliada para acomodar esse precioso material. O fechamento desse projeto, foi a publicação da obra: Ciência, História e Arte: obras raras e especiais do Serviço de Biblioteca do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo, que concorreu ao prêmio Jabuti.
Após o nascimento das filhas, o plantio da árvore e a publicação da obra, o ciclo se encerrou.
Vou almoçar regularmente no campus da USP porque ainda considero meu quintal, e porque tenho por aí muitos amigos que fazem parte da minha vida.
Uma carreira, muitas pessoas queridas e o privilégio de fazer parte desse universo espetacular que é a Universidade de São Paulo, esse é o saldo de 37 anos de trabalho!