Cientistas brasileiros nos EUA pesquisam as Ciências da Aprendizagem

Sete cientistas brasileiros – quatro mulheres e três homens – de formações distintas e representando universidades e centros de pesquisa no Brasil e no exterior, acabam de criar um grupo de estudos especializado em um novo campo do conhecimento: as Ciências da Aprendizagem.

Dedicadas ao estudo de como as pessoas aprendem e de como esse conhecimento pode ser aplicado para melhorar o ensino e a aprendizagem, as Ciências da Aprendizagem são uma área de pesquisa acadêmica interdisciplinar que surgiu há cerca de 30 anos, quando pesquisadores de campos científicos diferentes como Educação, Psicologia e Ciência da Computação, dentre outros, começaram a se dedicar coletivamente ao estudo da aprendizagem em contextos reais e não apenas em experimentos controlados realizados em laboratórios.

O novo grupo de pesquisa, chamado Ca.Br, é liderado pelo professor Paulo Blikstein, diretor do Transformative Learning Technologies Lab (TLTL), escola de pós graduação em Educação da Universidade de Columbia (EUA). Ele também dirige o projeto FabLearn, que dissemina a educação maker em 22 países.

Uma suposição fundamental para os cientistas da aprendizagem é a de que este campo de estudo exige a combinação de múltiplas perspectivas – e que uma só disciplina como, por exemplo, a psicologia (ou, mais recentemente, a neurociência), não é suficiente para a compreensão de um fenômeno tão complexo.

Entre os resultados da ciência da aprendizagem no mundo estão reescrever currículos que levem em conta a cultura dos alunos, envolva os estudantes em práticas de Ciências e crie comunidades (offline e online) para o desenvolvimento profissional e pessoal.

Além disso, os cientistas da aprendizagem estudam não apenas os resultados de suas intervenções, mas também o próprio processo de implementação de suas ferramentas. O trabalho dos cientistas da aprendizagem pode envolver o desenvolvimento de ferramentas com ou sem tecnologia, currículo e teorias que ajudam a entender e prever como e quando a aprendizagem ocorre.

Uma das metodologias criadas pelos cientistas da aprendizagem é a “Design-Based Research”, ou pesquisa baseada no design. Ela combina uma série de abordagens que têm como objetivo produzir novas teorias, ferramentas e práticas que impactem a aprendizagem em ambientes reais.

Além de Paulo Blikstein, participam do grupo brasileiro Lívia Macedo, gerente de programas no Transformative Learning Technologies Lab (TLTL) na-Universidade de Columbia; Fabio Campos, pesquisador e doutorando no programa de Educação, Comunicação e Tecnologia, na Universidade de Nova York; Cassia Fernandez, doutoranda no departamento de sistemas eletrônicos da Universidade de São Paulo; Raquel Coelho, doutoranda no programa de Ciências da Aprendizagem e Design Tecnológico da Universidade de Stanford; Tatiana Hochgreb-Hägele, senior fellow no Centro Lemann da Escola de Educação da Universidade de Stanford e pesquisadora na Universidade de Columbia; e Fernando Carnaúba, doutorando no programa de Educação Matemática da Universidade de Columbia.

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