Mesmo liberados, colégios de São Paulo planejam reduzir ocupação das salas de aula nas semanas da fase vermelha
Colégios particulares de São Paulo começaram a pedir que os pais mantenham os filhos em ensino remoto, se for possível, e vão priorizar atendimento presencial de crianças da educação infantil ou em fase de alfabetização. As unidades podem funcionar com 35% da capacidade, mas parte delas já planeja reduzir ainda mais esse porcentual nas próximas duas semanas para contribuir com a redução da circulação do vírus.
Um comunicado enviado às famílias pelo Colégio Santa Cruz, na zona oeste de São Paulo, indica a necessidade de reduzir a frequência de estudantes e de educadores diante do colapso do sistema de saúde. “Pedimos às famílias que, em um compromisso solidário com a cidade de São Paulo, não tragam seus filhos ao colégio nestas duas semanas, exceto em caso de extrema necessidade.”
As aulas serão oferecidas em modelo virtual para todos os estudantes. E os alunos que precisam ir à escola terão apoio de educadores de plantão, com frequência reduzida. O colégio afirma ter observado “aumento preocupante” de casos de familiares contaminados ou suspeitos de contaminação, tanto de alunos como de educadores, “o que traz apreensão crescente sobre a disseminação do vírus em nossa comunidade”
Na região central de São Paulo, o Colégio Equipe decidiu suspender temporariamente o atendimento presencial a partir de segunda-feira. “Entendemos que essa é, nesse momento, a forma de contribuir com as medidas sanitárias e de preservar as condições de saúde da nossa comunidade.” Antes da decisão, um grupo de 150 pais de alunos do Equipe havia enviado um comunicado à escola manifestando apoio à suspensão temporária das atividades.
Já o Colégio Humboldt, na zona sul, vai cumprir o porcentual máximo de 35% da capacidade, mas incentivar aqueles que se sentirem confortáveis com as aulas online a ficarem em casa. “Além disso, estamos estudando a possibilidade de limitar o ensino médio à modalidade EAD, considerando que alunos mais velhos se adaptam melhor ao sistema remoto e também têm uma taxa de transmissão do vírus maior que alunos mais novos”, informou o diretor executivo, Fábio Martinez. Na zona leste, o Colégio Mary Ward pediu que os pais mantenham os estudantes em ensino remoto quando possível e permanecerá aberto para atendimento sobretudo da educação infantil.
Os colégios já preveem redução natural da demanda pelo ensino presencial nas próximas duas semanas. No Santa Maria, na zona sul, por exemplo, após o anúncio do governador, houve aumento da adesão ao ensino remoto. O Franciscano Pio XII, na zona sul, também reforçou aos pais a recomendação de que, se possível, as famílias mantenham alunos no remoto.
A redução do fluxo de alunos também é uma orientação do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino no Estado de São Paulo (Sieeesp) para as escolas. O Sieeesp se comprometeu com o governo estadual a colaborar para manter escolas abertas com segurança e, segundo o presidente, Benjamin Ribeiro, deve ser dada prioridade a crianças menores de 9 anos. Segundo a Associação Brasileira de Escolas Particulares (Abepar), escolas devem cortar atividades presenciais secundárias.