A democracia corre perigo no Brasil? Como a extrema-direita chegou ao poder no maior país da América Latina? Quando começou a luta política das mulheres e dos negros por direitos políticos? Estas são as questões centrais do 1º Festival de História Política da Tamanduá Edu, plataforma de streaming educativo do Grupo Curta!, que acontecerá de 17 a 24 de agosto, totalmente gratuito e de forma remota.
No dia 17/08 às 10 horas, o Festival será aberto pela professora de História, Eliane Yambanis, com breve apresentação sobre os títulos e suas usabilidades em sala de aula.
São documentários e séries que contam a história da democracia e sua crise mundial nos dias de hoje, dos protestos que culminaram com a eleição de Jair Bolsonaro, do papel dos Estados Unidos na ditadura militar de 1964, das manifestações dos estudantes secundarias de 2015, da luta das mulheres norte-americanas e inglesas por direitos políticos, da ligação de duas mulheres brasileiras com a terra e da abolição e da pós-abolição dos negros no Brasil.
Todos os filmes foram objeto de uma ampla análise pedagógica e estão vinculados às competências e habilidades que integram a Base Nacional Comum Curricular (BNCC).
Assista o teaser do festival em https://youtu.be/vUKz9RmZ2TE
Segundo a educadora, Eliane Yambanis, que fez a curadoria pedagógica da mostra, a educação política é “uma mola propulsora da formação de estudantes críticos e atuantes”. “Esperamos colaborar no desenvolvimento de capacidades que levem os jovens não só a assumirem posicionamentos políticos frente à realidade, como também a promoverem intervenções capazes de produzir transformações sociais”, destaca Yambanis, que é professora de história no Colégio Equipe, em São Paulo.
Ela afirma que a escola precisa ter a educação política como parte integrante da proposta curricular e que os recursos audiovisuais são ferramentas significativas para trabalhar em sala de aula. “Compreender a cinematografia como linguagem associada a práticas didáticas, como a pesquisa, a escrita, a expressão verbal e oral, faz do filme um instrumento pedagógico”, ressalta.
Confira as obras do 1º Festival de Filmes que Ensinam – História Política
O Paradoxo da Democracia, de Belisário França. Uma reflexão sobre a crise mundial da democracia na atualidade, com depoimentos de intelectuais e atores políticos estrangeiros e brasileiros. O documentário mostra como democracias tão distintas quanto Brasil, EUA, França, Egito e Ucrânia foram tomadas por protestos de rua que tiveram como elemento unificador a insatisfação com a política tradicional. E, mesmo assim, a crise continua viva e produzindo resultados que deixam o mundo perplexo.
O Mês que Não Terminou, de Raul Mourão e Francisco Bosco. Um olhar sobre o processo político das jornadas de junho de 2013 e seus desdobramentos, passando pela operação Lava Jato, o impeachment de Dilma Roussef, a prisão de Lula e a eleição do extremista da direita Jair Bolsonaro.
O Dia que Durou 21 anos, de Camilo Galli Tavares. Minidocumentário com três episódios reproduz o panorama político que antecedeu o golpe cívico-militar no Brasil em 1964. Conta sobre a participação do governo dos Estados Unidos na preparação do golpe, desde 1962, até 1969, com o sequestro do embaixador dos EUA no Brasil Charles Burke Elbrick. O diretor é filho do jornalista Flávio Tavares, um dos autores do sequestro.
O Voto: a História das Sufragistas, de Michelle Ferrari. Reproduz a árdua história da campanha travada pelas mulheres norte-americanas e inglesas pelo direito ao voto, um movimento político e cultural. Série-documentário em quatro episódios.
Espero tua (re) volta, de Eliza Capai. Um retrato do movimento estudantil que ganhou força a partir de 2015 com a ocupação das escolas estaduais por alunos secundaristas. O documentário acompanha três jovens do movimento, entre eles Lucas Penteado, que viria, anos depois, ser expulso do reality show Big Brother.
A Última Abolição, de Alice Gomez. Produção aborda a escravidão no Brasil, destacando a resistência escrava, o papel das mulheres negras, as discussões da elite, culminando com a assinatura da Lei Áurea e suas consequências para a população negra do Brasil pós-abolição até os dias de hoje.
A Mãe de Todas as Lutas, de Susanna Lira. Documentário que recorre à memória para vislumbrar um futuro sob a ótima feminina. O filme acompanha a trajetória de Shirle Krenak e Maria Zelzuita, mulheres que estão no front da luta pela terra no Brasil. O filme deixa uma questão crucial para o futuro do planeta: Que tipo de adubo você que ser para a Mãe Terra?
Durante a semana do 1º Festival de História Política da Tamanduá Edu os filmes estarão disponíveis para acesso no link https://tamandua.tv.br/escolas/Novidades/