Colégio de São Paulo investiga educação antirracista na Bahia
Buscando ampliar os conhecimentos em educação antirracista, a direção escolar do Colégio Equipe, em São Paulo, visitou duas escolas com esse modelo em Salvador (BA), agora em setembro. O Equipe já vem desenvolvendo um amplo trabalho pedagógico antirracista e a viagem foi uma oportunidade para conhecer novas abordagems sobre esta temática essencial para combater as desigualdades na sociedade brasileira.
A escola particular Maria Felipa fica no bairro Garcia, na região central da capital baiana, e atende crianças da educação infantil ao 5º ano do fundamental com um currículo afro-brasileiro. Tem disciplinas como Libras, Hip Hop, Batalha de Rimas e Capoeira em sua grade escolar.
Os grupos das crianças tem nomes de etnias indígenas e africanas que são estudadas em aula. A instituição tem grande preocupação em apresentar personalidades negras importantes e valorizadas socialmente.
Já a Luíza Mahin é uma escola comunitária que faz parte da Rede Escolas Transformadoras, designadas pela Fundação Ashoka – o Equipe também integra esta rede. Os pilares da escola baiana são: gênero, pertencimento e identidade. Seu currículo antirracista valoriza os saberes afro-brasileiros, personalidades negras nacionais, mundiais e da própria escola.
Em cada grupo há um arte-educador trabalhando em conjunto com o professor. O ensino apoiado no método Paulo Freire é dividido por projetos. Este ano, todos os grupos estão conhecndo melhor o cantor e compositor Milton Nascimento.
O Colégio Equipe vem debatendo a educação antirracista desde 2020. Um dos projetos idealizados pelo colégio é uma campanha de financiamento coletivo para viabilizar o Projeto Proceder, garantindo que estudantes negros de famílias de movimentos de moradia da região central de São Paulo estudem na instituição. Hoje, o projeto conta com 15 estudantes negros contemplados com bolsas integrais de ensino.
O Proceder está inserido em um contexto mais amplo de construção de uma educação antirracista no Equipe, com o objetivo de promover uma educação mais plural e inclusiva. O diretor do Equipe, Luís Marcio Barbosa, afirma que “aumentar a presença de crianças e adolescentes negras em escolas particulares é um passo importante para reduzir as desigualdades raciais em nossa sociedade”.
O Equipe também estabelece com os movimentos de moradia uma relação política, cultural e social com trocas de conhecimentos, experiências e aprendizagens. Para garantir a sustentabilidade do projeto de bolsas, por exemplo, a Ocupação 9 de Julho e o colégio organizaram este ano um almoço para divulgar o Proceder e angariar fundos. O evento contou com o apoio da comissão antirracista do Equipe, do Equipreta (coletivo de estudantes do ensino fundamental II e ensino médio que debatem a questão racial) e do Grêmio Pão de Milho.
Para contribuir para a inclusão de estudantes negros na escola e a construção de uma educação antirracista, acesse o formulário e participe dessa transformação. O colégio prestará contas trimestrais das receitas e despesas desta campanha de arrecadação.