Educação Ambiental nas Escolas: A luta contra as mudanças climáticas
A recente catástrofe climática no Rio Grande do Sul e a falta de investimento da cidade em melhorias no sistema de proteção contra cheias evidenciam a urgência da retomada e ampliação da discussão sobre educação ambiental.
Neste cenário, escolas emergem como centros de formação vitais para o desenvolvimento da consciência ambiental. Como as escolas estão introduzindo junto aos seus alunos a relação entre ações humanas e alterações nos sistemas climáticos?
Na Carandá Educação, durante o 7° ano, os estudantes são convocados a investigar a ocorrência de inundações em São Paulo, considerando não somente os aspectos climatológicos e naturais, mas também a apropriação humana da natureza. “Desde o início da ocorrência dos alagamentos no Rio Grande do Sul, as aulas se tornaram um importante espaço de compartilhamento, reflexão e discussão dessa problemática”, diz a professora Bárbara Lourenço.
Pedro Ferreira, professor de Geografia do 8° ano da Escola Nossa Senhora das Graças, o Gracinha, relata que, inicialmente, os alunos aprendem sobre as condições climáticas e os elementos que compõem o clima. Posteriormente, são introduzidos aos efeitos negativos que o ser humano pode causar e como eles, como cidadãos, podem proteger o planeta. “Durante o 8° ano, costumamos discutir a questão do Antropoceno, que é uma era geológica mais atual, determinada pela ação humana no planeta”.
No 2° ano do ensino médio, o Gracinha organizou seu currículo para incluir novas disciplinas com foco em crises climáticas; Ecossistemas Urbanos, Física Atmosférica e Emissões Atmosféricas são disciplinas que colocam cotidianamente os estudantes em contato com os efeitos provocados pela ação humana na Terra.
Em 2023, os alunos do Magno, Beatriz Perez, 13 anos, e Otávio Wallis Pierri, 14 anos, embarcaram para Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, de olho nas discussões sobre o futuro do planeta na COP-28. Eles se reuniram com dezenas de estudantes de todo o mundo para debater soluções capazes de frear o aquecimento global, a partir do olhar de crianças e adolescentes.
Desde 2015, alunos do 9° ano e EM do Colégio Magno monitoram a qualidade da água do córrego Congonhas, que corre ao lado do colégio. A iniciativa é parte do projeto Observando Rios, uma parceria com a SOS Mata Atlântica, que visa auxiliar o trabalho de acompanhamento dos índices de poluição de córregos e rios.
A integração da educação ambiental nos currículos escolares é mais que uma necessidade; é uma urgência. As escolas estão na vanguarda da preparação das próximas gerações para não apenas entender, mas também agir frente aos crescentes desafios ambientais.