O poder da leitura e da escrita para transformar a sala de aula

O poder da leitura e da escrita para transformar a sala de aula

Se tem uma coisa que todo mundo aprende na escola é que ler e escrever são habilidades essenciais. Mas, para algumas escolas, essas competências vão além de uma obrigação curricular: elas se tornam ferramentas para transformar o ensino e conectar os alunos ao mundo. No Colégio Equipe, no Centro Educacional Pioneiro e na Escola Vera Cruz, a formação do corpo docente em leitura e a escrita ocupam um lugar de destaque — e não apenas na disciplina de Língua Portuguesa. A formação continuada dos professores em leitura e escrita têm o poder de potencializar as práticas de aulas e o aprendizado, independente da disciplina.

No Colégio Equipe, a abordagem começa cedo, com projetos interdisciplinares que incentivam os alunos a escreverem de tudo: diários de bordo, contos de ficção científica e até monografias no Ensino Médio. Para a professora de história Eliane Yambanis, que está há mais de 30 anos na escola, o segredo está na união e troca de saberes entre os docentes e disciplinas.  “Não adianta limitar a leitura e a escrita às aulas de português. Todas as disciplinas abraçam essas habilidades, porque elas ajudam os alunos a pensarem, organizar ideias e se expressar melhor”, explica.

O esforço conjunto tem resultados claros. Estudantes que chegam de outras escolas e iniciam o Ensino Médio com dificuldades na comunicação oral ou escrita saem apresentando trabalhos acadêmicos com confiança. “É um processo. Quando você tem professores comprometidos, discutindo juntos estratégias de ensino, a transformação acontece”, completa Eliane.

No Centro Educacional Pioneiro, a coordenadora de Língua Portuguesa Gisa Gasparotto concorda. Para ela, a leitura e a escrita são mais do que ferramentas de aprendizado: são a base para que os alunos desenvolvam pensamento crítico. “Não importa se estamos falando de matemática, ciências ou educação física. Quando os alunos aprendem a ler e a escrever bem, eles conseguem interpretar melhor o mundo e organizar as próprias ideias”, explica Gisa.

O Pioneiro aposta forte na formação continuada dos professores para garantir que a leitura e a escrita estejam presentes em todas as disciplinas. Encontros como o Clube de Leitura e projetos interdisciplinares aproximam educadores e ampliam o repertório cultural de toda a comunidade escolar. “A gente percebe que, quando os professores estão engajados, os alunos também ficam. E é isso que faz a diferença: criar um ambiente onde todos aprendem juntos”, afirma a coordenadora.

Na Escola Vera Cruz, a leitura é vista como um direito dos alunos — algo tão importante quanto qualquer outro conhecimento. Para a escola, formar uma comunidade leitora não é só reunir alunos e professores em torno de livros, mas criar oportunidades para que cada um interprete, questione e imagine novos mundos. Os alunos leem textos informativos, cartográficos, literários, de divulgação científica e até análises de dados. Tudo isso é integrado a diferentes disciplinas, mostrando que ler não é apenas uma obrigação, mas uma forma de entender e transformar o mundo.

Para a especialista com foco na formação de professores e no ensino de leitura e escrita no Instituto Vera Cruz, Maria José Nóbrega, reforça que o sucesso na formação leitora e escritora nessas escolas, não acontece por acaso. “É preciso investir na formação dos professores, porque capacitar docentes de todas as áreas para trabalhar a leitura e a escrita não só melhora a prática docente, mas amplia os resultados dos alunos e cria um ambiente escolar mais rico, onde o aprendizado é compartilhado e dinâmico”, diz.

Maria José Nóbrega coordena o curso de pós-graduação em EAD – Ler e Escrever em Espaços Educativos -no Instituto Vera Cruz, em São Paulo. Além disso, atua como assessora pedagógica em diversas instituições de ensino e projetos educacionais. Sua experiência abrange desde a educação básica até o ensino superior, sempre com ênfase na promoção da leitura e escrita como ferramentas essenciais para o desenvolvimento intelectual e social dos estudantes.

Como bem coloca Eliane Yambanis, do Colégio Equipe: “Leitura e escrita não são só ferramentas. Elas são as bases para que os alunos consigam se expressar e participar do mundo de forma ativa e transformadora.” No mundo de hoje, ensinar a ler e escrever vai além do papel; é sobre formar cidadãos capazes de construir, questionar e transformar a sociedade.

*A importância da formação de professores em leitura e escrita*