1ª Jornada Literatura para Crianças e Jovens
Promover o debate em torno dos livros infantis e juvenis, discutir sua escrita, produção, circulação e mediação é o objeto da 1ª Jornada Literatura para Crianças e Jovens, evento gratuito e online promovido pelo curso de pós-graduação Literatura para Crianças e Jovens, do Instituto Vera Cruz. Será nos dias 14, 15 e 16 de abril, sempre às 19h, com trasmissão ao vivo pelo youtube do instituto. Escritoras, educadoras, pesquisadoras, jornalistas, editoras, ativistas e líderes comunitárias irão versar sobre a arte de narrar, os desafios do mercado editorial e a importância de garantir a presença de diferentes vozes nos livros para crianças e jovens.
O evento é gratuito, online e com certificação.
Confira abaixo a programação completa
Dia 14 – Literatura para crianças e jovens: pesquisa e crítica
A conversa abordará os desafios de se fazer pesquisa sobre literatura para crianças e jovens no Brasil e sobre o papel da crítica na formação de novos leitores. Para debater esse tema relevante, dois grandes expoentes desse campo: as professoras Elizabeth Cardoso (PUC-SP) e Fabíola Farias (Instituto Vera Cruz).
Elizabeth Cardoso é escritora, professora, jornalista, mestre e doutora e atua dos programas de pós-graduação em Literatura e Crítica Literária e em Educação: Psicologia da Educação, ambos na PUC-SP. É fundadora e líder do Grupo de Pesquisa Literatura de Ancestralidade Negra. Assessora especial da Secretaria Municipal de Educação de São Paulo, atua como colunista e curadora do Clube Quindim de Leitura para a literatura negra. Fez estágios nas universidades Estadual de Nova Yorkv (EUA) e Complutense de Madrid. Tem mestrado em Comunicação pela ECA-USP e graduação em Jornalismo pela UNESP. Foi professora de jornalismo na UNESP e de literatura na Fatea-Lorena (SP). É autora de mais de 10 livros, entre eles Depois de tudo tem uma vírgula (Editora Patuá, 2021, com Prêmio Biblioteca Nacional de melhor romance 2021).
Fabíola Farias é pesquisadora na área de livro, leitura, infância e bibliotecas, atuando em projetos educacionais e artístico-culturais neste segmento. É doutora e mestre em Ciência da Informação pela UFMG, com pós-doutorado em Educação pela UFOPA e em Estudos de Linguagens pelo CEFET-MG. Integra o Grupo de Pesquisa e Intervenção em Leitura, Escrita e Literatura na Escola – LELIT/UFOPA e desde 2010 é leitora votante da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil – FNLIJ. É professora no curso de pós-graduação Literatura para Crianças e Jovens no Instituto Vera Cruz.
Dia 15 – Infâncias e leituras: presenças negras e indígenas na literatura infantil
As questões centrais Como garantimos a multiplicidade de vozes na literatura direcionada a esse público? e Quais histórias não devemos deixar de contar a nossas crianças e jovens? serão debatidas entre Juliana Piauí e Márcia Licá, com a condução do educador Magno de Faria.
Juliana Piauí é negra latinoamefricana, mãe, ativista, pesquisadora. É da comunidade Real Parque, na cidade de São Paulo, com raízes no semiárido baiano e agreste pernambucano. Já atuou com educação popular, na formação de professores alfabetizadores e, desde 2013, tem atuado na formação de profissionais das redes de educação de diferentes municípios. Realiza assessorias e produção de conteúdos sobre educação, infâncias, literatura e relações étnico-raciais. É graduada em Pedagogia pelo Instituto Singularidades e em Gestão de Políticas Públicas pela USP. É especialista em Literatura para Crianças e Jovens pelo Instituto Vera Cruz. É cofundadora da Coletiva Fiandeiras, composta por mulheres negras e afro-indígenas.
Magno de Faria é contador de histórias, professor e coordenador pedagógico. É graduado pela Faculdade de Educação da USP, com experiência nas redes de ensino pública, privada e no terceiro setor. Tem especialização em “Arte de contar histórias – Abordagens poética, literária e performática” (A Casa Tombada, SP). Desde 2010 trabalha como coordenador-geral do ateliescola acaia. Foi gestor do Instituto Çarê; organizador do livro Vozes Periféricas; colaborador e júri da Revista Emília; cocurador do “Ciclo Palavras Mágicas”, de A Sementeira; professor convidado da pós-graduação em Literatura para Crianças e Jovens, do Instituto Vera Cruz, e das pós-graduações Livro para infância e Educação e Relações Étnico-Raciais (A Casa Tombada, SP). Como contador de histórias, já atuou na Biblioteca Mário de Andrade, Itaú Cultural, Sesc, TV Cultura, Museu da Língua Portuguesa, Biblioteca Comunitária Caminhos da Leitura, Feira Preta, A Casa Tombada, Terça Afro, Mostra Cultural da Cooperifa, entre outros.
Márcia Licá – é indígena-negra, mãe de Teresa e nasceu no Tocantins, onde passou a infância aos cuidados da avó materna – pertencente do povo Ramkokamekrá, do Maranhão. Andarilha desde cedo, entre o Sudeste e Norte, assentou morada na favela Real Parque, em São Paulo. É pedagoga e pós-graduada em Literatura Crítica para Crianças. É mediadora de leitura com orgulho, uma paixão, missão de vida e trabalho. Possui fluida caminhada de mais de 20 anos no campo educacional, com engajamento comunitário e ativismo junto às bibliotecas comunitárias. Atualmente, aprofunda a pesquisa “Presenças Negras na Literatura Infantil: Leituras de Crianças Quilombolas do Maranhão” na FE-USP. Coordenou a produção de conteúdo na Vaga Lume, organização social com atuação na Amazônia durante 14 anos. Educadora de campo, mediando leituras, formando mediadoras e mediadores de leitura nas mais de 100 comunidades que conheceu. É cofundadora da Coletiva Fiandeiras, grupo periférico de mulheres negras ativistas de direitos humanos nas favelas Real Parque e Jardim Panorama.
Dia 16 – Editar livros para crianças e jovens: escolhas e caminhos
Compor um catálogo pressupõe grandes desafios aos editores de livros infantis e juvenis. Da curadoria de autores e obras à circulação e mediação, são muitas as escolhas e caminhos para que as obras cheguem até seus leitores. Estes desafios serão mediados por Cristiane Tavares com as editoras Daisy Carias (Barbate), Letícia de Castro (Veneta) e Rafaela Deiab (Companhia das Letrinhas). Elas vão compartilhar suas experiências e inquietações na tarefa de dar vida e materialidade a obras que possam contribuir para a formação de novos e melhores leitores.
Cristiane Tavares é doutora em Educação (UNIFESP) e mestre em Literatura e Crítica Literária (PUC-SP). Coordenadora pedagógica, professora e pesquisadora, estuda as práticas antirracistas de leitura literária. Autora de Quintais (2007), Aos olhos do mar (2015) e co-organizadora do livro Literatura e Educação (2021).
Daisy Carias é editora da Barbante, onde coordena as publicações para o público infantojuvenil. É formada em jornalismo pela UFPR, especialista em Literatura para Criancas e jovens pelo Instituto Vera Cruz e há mais de 10 anos cria conteúdo em redes como yotube e instagram, conversando com pais, mães, professores e outros interessados no assunto.
Letícia de Castro é jornalista, tradutora e editora. Sócia da editora Veneta, criou em 2022 o selo infantojuvenil Oh ! Outra história. É especialista em Literatura para Crianças e Jovens pelo Instituto Vera Cruz.
Rafaela Deiab é formada em Ciências Sociais pela USP, tem mestrado em Antropologia também pela USP e pós-graduação em Literatura para Crianças e Jovens pelo Instituto Vera Cruz. É editora executiva do núcleo de Educação da Companhia das Letras e também autora dos livros Lelê é pequenininha e Berço, balanço, colinho, neném (Brinque-Book, 2023 e 2025).