Com o início do segundo semestre, crianças e adolescentes se preparam para retomar a rotina escolar após o recesso de julho. Embora curto, esse período de pausa pode afetar o ritmo dos estudantes, principalmente dos mais novos, que muitas vezes apresentam sinais de insegurança, ansiedade ou resistência ao retorno. Diante disso, escolas de São Paulo têm reforçado práticas de acolhimento e escuta como estratégias fundamentais para uma readaptação tranquila.
Na Escola Vera Cruz, por exemplo, o retorno às aulas é tratado como uma nova etapa no percurso educativo. O envolvimento das famílias é incentivado desde os primeiros dias, e a atenção aos diferentes tempos de adaptação de cada criança faz parte da prática pedagógica. Oficinas no contraturno e propostas integradoras ajudam os alunos a se reconectarem com a escola de maneira leve e prazerosa. Esse olhar atento também se repete em escolas como o Colégio Magno/Mágico de Oz, onde o acolhimento é considerado a base de qualquer processo de aprendizagem. “A primeira necessidade de toda criança é sentir-se amada e aceita. É daí que nasce a confiança e a abertura para o novo”, afirma a diretora Claudia Tricate.
No Colégio Equipe, a volta às aulas é acompanhada por ações que visam reforçar os vínculos e recuperar o ritmo escolar. A diretora Luciana Fevorini destaca que, mesmo entre alunos que já estão habituados à escola, o retorno após as férias precisa ser cuidadoso e planejado. Além disso, a escola dedica atenção especial aos estudantes que ingressam no meio do ano, um processo que costuma ser mais desafiador e exige que a criança conheça o novo ambiente com antecedência e compreenda os motivos da mudança. “Quanto mais referências positivas ela tiver desde o início, mais tranquila será a adaptação”, explica.
O cuidado com esse processo também está presente na Escola Tarsila do Amaral, que desenvolve um programa de readaptação baseado em brincadeiras, jogos e música, com apoio psicológico para pais e alunos. A escola conta com apoio de especialista na área da psicologia que acompanha as famílias de perto nos primeiros dias, garantindo suporte emocional em uma fase que pode gerar muitas dúvidas e inseguranças. Já no Centro Educacional Pioneiro, o olhar para o acolhimento se estende a toda a comunidade escolar. A diretora Irma Akamine ressalta que o início de semestre é sempre um novo ciclo, mesmo para quem já conhece bem a escola, e que novos professores, colegas e projetos exigem uma escuta sensível e uma atuação atenta da equipe pedagógica.
Especialistas recomendam que as famílias retomem gradualmente a rotina de sono e alimentação das crianças, falem sobre a escola de forma positiva e mantenham um canal aberto de diálogo com os educadores.