Torneios podem ser competitivos, mas também contam com muito trabalho de equipe e camaradagem
Matéria publicada na Folha de SP em 15/08/2025
Quando pensamos em robótica, muitas vezes pensamos em coisas muito complexas, como tecnologia de ponta, cálculos dificílimos e robôs com jeito de seres humanos —aqueles que auxiliam em tarefas domésticas, no melhor estilo do desenho “Os Jetsons”.
Mas basta um mergulho um pouco mais profundo no universo dos concursos de robótica para ver outras dimensões, e a primeira que chama a atenção é a força do trabalho em equipe.
“É bonito assistir às crianças e aos adolescentes sonhando e desejando juntos. É tudo feito e desenvolvido no coletivo, não cabe a vontade individual ali”, diz Amanda Cristina Maciel Pellini, inventora e professora de invenções da Escola Vera Cruz, em São Paulo.
Essa é uma característica bastante clara também para os estudantes. Aos 16 anos, Caio Gimene Bazigue, do segundo ano do ensino médio da Escola Sesi de Jundiaí, fala que participar desses torneios é sobre amizade e cooperação entre os times. “As pessoas por trás dos robôs têm paixão por aquilo que fazem e desejo de impactar o mundo com seus conhecimentos.”
Hoje no Brasil, são muitos os concursos, maratonas e olimpíadas de robótica. A maioria acontece em fases, regional, estadual e nacional, e trabalha a chamada educação Steam, que se baseia em cinco pilares fundamentais: ciência, tecnologia, engenharia, artes e matemática.
“A arte é uma novidade muito acertada na nossa área, porque você transforma o processo, explora a criatividade, a crítica e a comunicação”, diz Amanda. O que todos têm em comum é o objetivo de incentivar o interesse pela tecnologia dos estudantes do país e também de encontrar soluções inovadoras para problemas da sociedade.
Com mais de dez concursos no currículo, tanto no Brasil quanto fora, Caio já percebeu que sua dedicação pode ter um impacto real -o que torna tudo ainda mais especial. “Desde que comecei na robótica percebi que desenvolvi não só projetos de tecnologia, mas projetos sociais que beneficiam todo o mundo, inclusive à minha volta, como, por exemplo, na minha comunidade com oficinas para crianças com deficiência.”