Se o racismo é estrutural, o combate a ele também deve ser. Instituições de ensino têm dado eco às vozes das ruas, expressas em movimentos como #vidasnegrasimportam, e trabalhado junto a comunidades, ongs e educadores para identificar os preconceitos e encontrar os caminhos que promovem mudanças.
Mais alunos negros dentro das instituições. Mais professores negros no corpo docente. Formação para uma educação antirracista. Reforma do currículo escolar. A classe educadora brasileira dá início a essa transformação, incluindo o tema em suas reflexões, debates e ações.
O Instituto Singularidades une-se a ela no Compromisso Antirracista, com política voltada à equidade racial, à fim de promover a mudança educacional de que o Brasil precisa. Para tanto, seu projeto apoia-se em três pilares iniciais: o Fundo de Bolsas para Equidade Racial; o Programa de Formação Antirracista e a Política de Desenvolvimento Institucional Antirracista do Instituto Singularidades.
“Queremos formar mais professoras e professores negros, apoiar educadores, instituições públicas e privadas com formações na temática antirracista e transformar nossa organização em uma instituição antirracista”, diz Alexandre Schneider, presidente do Instituto Singularidades. Para avançar nessa agenda, segundo ele, o Instituto criou um fundo de bolsas destinadas a estudantes de baixa renda da rede pública.
“Além da isenção das mensalidades e taxas, o programa oferecerá uma ajuda de custo de meio salário-mínimo mensal. Nossa meta é ter 30% dos estudantes do Instituto neste programa nos próximos 4 anos”, diz.
As bolsas dos estudantes contemplados em 2021 serão custeadas pelo Instituto Península e pela Fundação Lemann. As inscrições ocorrerão entre 11 e 22 de janeiro, conforme edital publicado no site do Instituto Singularidades.
“A busca pela equidade racial e social deve ser de toda a sociedade, gerando uma mudança sistêmica que alcance todas as áreas. A educação de jovens e formação de professores é fundamental, pois é a partir dela que podemos realmente fazer a transformação do país para uma sociedade mais justa e avançada, oportunizando-a para todas e todos” diz Denis Mizne, diretor executivo da Fundação Lemann.
Para a diretora executiva do Instituto Península, Heloisa Morel, “No Instituto Península, acreditamos que a Educação é o principal agente de transformação de uma sociedade. Se queremos um país mais justo e igualitário, a questão antirracista também deve estar inserida com intencionalidade nesse contexto. O compromisso e política para a equidade racial propostos pelo Singularidades não apenas nos posiciona neste tema fundamental, como caminha em direção às mudanças que o Brasil tanto precisa”.
O Programa de Formação Antirracista do Instituto Singularidades tem o objetivo de formar educadores, gestores educacionais públicos e privados na temática antirracista. A partir de 2021, serão oferecidos cursos de extensão, imersões, webinários e cursos auto instrucionais na temática.
Além disso, a Política de Desenvolvimento Institucional Antirracista do Instituto prevê o letramento e a sensibilização pela equidade racial de todos seus professores. Também reorganizará a política de contratação, a formação de lideranças e o relacionamento com fornecedores, tendo a temática antirracista como um de seus pilares, bem como os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da ONU.
“Não acreditamos que seja possível mudar o Brasil sem que passemos, pessoas e organizações, por uma transformação individual. Uma educação antirracista precisa ocorrer em escolas antirracistas”, diz Schneider. Para ele, se o Instituto Singularidades deseja ser uma plataforma efetiva de educação para a equidade, precisa também transformar-se.