Na última semana o presidente Jair Bolsonaro vetou integralmente uma lei que garantiria o acesso gratuito à internet e a compra de equipamentos eletrônicos para professores e alunos da educação básica pública para um melhor acompanhamento do ensino remoto durante a pandemia. Cada Estado se organizou de uma maneira para tentar minimizar o impacto sobre a ação do governo. E alguns setores da sociedade civil estão se organizando e criando campanhas que ajudem a mitigar a defasagem educacional causada pelo ano pandêmico.
Na Escola Nossa Senhora das Graças (Gracinha), na zona sul da capital paulista, o grupo de pais -OPG – se organizou e criou campanha com toda a comunidade escolar para a arrecadação de equipamentos eletrônicos sem uso, ou com defeitos, para serem reciclados e doados aos alunos bolsistas e carentes de equipamentos para o acompanhamento das aulas remotas.
A iniciativa surgiu com uma das integrantes da OPG – Daniela Passoni. “Quando minha secretária disse que tem quatro filhos – entre 8 e 16 anos – e apenas um computador na casa, levantei uma campanha com o grupo de pais da escola, que imediatamente encamparam a ação. Em menos de 24 horas, já tínhamos um notebook em mãos”.
O projeto, segundo Passoni, ainda está em fase inicial. “Estamos organizando os grupos de pais voluntários e acertando alguns procedimentos em parceria com a direção da escola”, diz.
As doações iniciais serão feitas aos alunos bolsistas, filhos de funcionário e aqueles mantidos pela fundação ASFP. “Por que não começar a ajudar quem está perto da gente?” diz Daniela. A intenção da OPG é incrementar a campanha nas redes sociais e expandir para as comunidades ao entorno da escola.
“Até o momento três famílias se disponibilizaram a doar computadores. Os interessados em doar preenchem um cadastro simples e escolhem se querem o anonimato, ou não. Também está sendo criado um questionário com requisitos pré-estabelecidos para as famílias que vão receber a doação”, conta Passoni.
O conserto dos equipamentos – Cpus, notebooks, monitores etc. – será feito por pais voluntários do Gracinha, e a previsão da OPG é de que nos próximos dias, a iniciativa se espalhe, tome corpo e faça a diferença em momento tão delicado pelo qual a educação brasileira está passando.
Paulo Galvão/Jornalista
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