Folha na Sala ouve especialistas para saber o que podemos esperar da educação na próxima década
SÃO PAULO
No último episódio da sua quarta temporada, o Folha na Sala desta terça (7) discute quais são as tendências para o futuro da educação e como será a escola do futuro.
Especialistas apontam que, diferentemente do que espera o senso comum, a educação não deve se pautar puramente em tecnologia na próxima década, com computadores substituindo o professor, aulas remotas e uso massivo de telas.https://omny.fm/shows/folha-na-sala/o-futuro-da-escola-e-a-escola-do-futuro/embed
Para eles, a escola deverá suprir lacunas deixadas pelo excesso de tecnologia e se tornar um facilitador do conhecimento, educando para habilidades que robôs não podem ensinar, como empatia, cooperação e autonomia.
Segundo a futurista Rosa Alegria, as humanidades devem ter um papel cada vez mais central nessa nova escola.
“Nós estamos perdendo esse lado da vida que se esvai e que é importante estar aí. O esquecimento de que existe um planeta, de que existe ar para respirar, de que existem recursos naturais que sustentam a vida. A tecnologia por excesso passa a ser um devaneio, uma pequena utopia exagerada”.
Tido como um dos grandes pensadores da educação da atualidade, o português José Pacheco, fundador da Escola da Ponte, diz que não gosta de pensar sobre o futuro, pois o futuro está sempre a ser adiado, ele prefere discutir a escola de agora.
“Eu estou falando da educação do século 21, já nem é aquela que está centrada no aluno, já não é protagonismo juvenil. São sujeitos de aprendizagem no contexto de uma comunidade sujeita à aprendizagem, no contexto da comunidade. Ou seja, o centro não existe. O que existe é a relação”.
Para ele, é preciso romper já com os formatos de escola que remetem ao século 19, com classes, turmas e professores como os detentores do conhecimento.
Se a escola passará por transformações, a profissão docente também se reinventará. O professor deixa de ser o reprodutor de conteúdo, que diz o que é certo e errado, para ser um curador de conteúdos e mediador de aprendizagem, com um universo de recursos tecnológicos à disposição.
“O professor será visto como um designer de experiências de aprendizagem. Ele tem que ter essa habilidade de combinar todas esses recursos para criar experiências de aprendizagem interessantes. Antigamente tinha dois ou três. Hoje a gente tem 15, 20 destas coisas”, diz o professor Paulo Blikstein, professor na Universidade de Columbia, em Nova York.
Na sua quarta temporada o Folha na Sala abordou, em nove episódios quinzenais, o que é ser um bom professor, qual imagem a sociedade, pares e alunos têm de um docente de excelência e quais políticas públicas formam melhores profissionais em sala de aula.
O podcast é uma parceria da Folha com o Itaú Social. O programa é apresentado pelos jornalistas Ricardo Ampudia e Juliana Deodoro. A coordenação foi de Angela Pinho, Fábio Takahashi e Magê Flores. A edição de som é de Stefano Maccarini.
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