Em ano de eleições colégios de SP promovem debates com os candidatos
Com a democracia ameaçada por ataques às instituições, discursos de ódio e notícias falsas, várias escolas de São Paulo estão promovendo educação política. Junto com os grêmios estudantis, estão organizando debates com os candidatos com posições ideológicas diferentes.
Nesta semana, a Escola Nossa Senhora das Graças, o Gracinha, e o Colégio Equipe realizarão diversos encontros com candidatas e candidatos a deputado federal, estadual e Senado. Na escola Carandá Educação, o debate entre os políticos e estudantes aconteceu na última semana.
Nesta terça, 13, o Equipe irá receber os candidatos a deputado federal Juliana Cardoso (PT) e Orlando Silva (PCdoB), a candidata a deputada estadual Carmem Silva (PSB) e ao Senado Vivian Mendes (UP). Os temas norteadores do debate são o “Direito à Cidade e o Antirracismo”, preocupações presentes na vivência do dia-a-dia do colégio. O Equipe, que tem uma longa tradição de ser uma escola democrática e sempre promove debates políticos, acaba de lançar o documentário Educar e Resisitr, sobre os 50 anos da escola, onde mostra que vários professores foram presos e torturados durante a ditadura militar. Veja em https://www.youtube.com/watch?v=ENpRWIX_V_g
No Gracinha, estão previstas as presenças dos candidatos a deputado federal Guilherme Boulos (PSOL), Tamires Sampaio (PT), Mônica Calazans (PSDB), Marcio Rodrigues (PODEMOS) e Gabriela Mansur (MDB).
Paulo Crispim, professor de história do ensino médio, conta sobre o trabalho de base que é feito com os estudantes antes dos debates para aproximá-los do entendimento das funções do Estado brasileiro. “Fazemos uma série de leituras e dinâmicas, temos, por exemplo, o jogo da política, onde uma questão é apresentada aos alunos e eles buscam resolve-la a partir de um tema atual. Analisamos os dados das representações do Legislativo no âmbito federal, de como São Paulo é representado nesse cenário. Coroamos esse processo com um debate entre candidatos na escola, com ênfase no Legislativo, que é um poder estratégico e pouco conhecido”
A escola convidou candidatos com propostas e perspectivas diferentes para participarem de um debate com participação dos alunos que ocorrerá nesta próxima quinta-feira, dia 15. “Os alunos já estarão mais preparados, inclusive para conseguir pautar o debate e colocar questões da juventude na política, a representação deles na escola, fora da escola, no bairro e na cidade. Tudo isso para eles perceberem que há um desejo maior por participação, mas é necessário um maior engajamento e entendimento de como se fazer essa participação política sobre diferentes perspectivas”, reforça o professor de história do Gracinha. Ele conta que a política faz parte do cotidiano dos estudantes. Durante o primeiro semestre, alunos da 2a série do EM foram a Brasília conhecer o Congresso Nacional e em São Paulo puderam conhecer mais sobre a organização do poder municipal na Câmara dos Vereadores e a organização estadual na Assembleia Legislativa.
André Meller, coordenador do Ensino Médio da Carandá Educação, afirma que a escola aproxima os estudantes da política diariamente. “Elaboramos três questões para os alunos responderem; A escola que nós temos, a escola que queremos e qual o papel do aluno na construção da escola”, diz. Após a conversa em grupo, o debate se estendeu para outras disciplinas e áreas. “A partir dessas questões, os alunos partiram para reflexões junto ao professor de filosofia, Vinícius, que discute com eles sobre participação, democracia e política”, afirma Meller.