ChatGPT: Escolas atentas à segurança e qualidade no uso

ChatGPT: Escolas atentas à segurança e qualidade no uso

O colunista de tecnologia do jornal New York Times, Kevin Roose, publicou um artigo na última semana no qual diz estar inquieto e assustado com as habilidades da inteligência artificial (IA). Em seu relato, conta que conversou por mais de duas horas com o robô e o pressionou para além da zona de conforto, instigando-o a manifestar seu lado mais sombrio. O resultado, segundo Roose, foi assustador.

Nesta quarta-feira (29) mais de mil especialistas em todo o mundo, incluindo Elon Musk, assinaram um apelo para que seja feita uma pausa nas pesquisas sobre a IA mais poderosas, o ChatGPT4. A petição foi publicada no site futureoflife.org e pede um prazo para que sejam estabelecidos esquemas de segurança com autoridades reguladoras e técnicas que distingam o real e o falso. Entre os riscos dos novos modelos de IA, estão o desemprego em massa e a criação de fake News.

Como as escolas estão conversando com a IA?

Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo decidiu criar um Guia de Orientação para a incorporação da inteligência artificial na formação dos alunos. “O Guia dará dicas de usabilidade para que os estudantes comecem a se familiarizar com esse tipo de ferramenta. É muito importante incluir os estudantes durante esse processo. O jovem tem uma capacidade brilhante de pensar sobre tudo, pois são de uma geração digital”, destaca o professor de Atualidades, Gustavo Macedo, que também leciona Ética e Inteligência Artificial no Insper. Segundo ele, a discussão com os alunos já acontece em sala de aula, levantando reflexões sobre os interesses econômicos, a origem do banco de dados e os diferentes vieses que existem nas respostas.

Lucas Chao, professor de IA no curso técnico de Automação Industrial e Novas Tecnologias do Liceu afirma que o objetivo é criar uma cultura de uso responsável da ferramenta. “Serão encontros semanais onde discutiremos e faremos reflexões sobre como incorporar o ChatGPT no dia a dia da educação do Liceu, garantindo um uso ético e inovador”, reforça.

Para Macedo, as carreiras das formas como estão postas hoje estão completamente ameaçadas. “É como dizer sobre pessoas que persistiram na datilografia, após a chegada dos computadores. Essas pessoas perderam seus empregos!”, diz.

O desemprego, na visão do especialista, vai acontecer com todo o profissional que não utilizar a Inteligência Artificial a seu favor. “Os estagiários de direito estão sendo substituídos pela IA, que elabora peças jurídicas muito melhores e mais eficazes. Isso já acontece na Europa desde 2011 e já está acontecendo em alguns escritórios em São Paulo”, diz.